Outra vez me prosto nessa janela.
A maior testemunha de tudo que tenho vivido.
Um pedaço velho de madeira e vidro que ja ouviu meus mais secretos delírios e que ja presenciou as minhas insanas loucuras.
Que já me deu colo nas noites frias e me deu conforto e vento nas de calor.
Que me fez ver o mundo la fora e querer ficar no meu mundo aqui dentro.
Que abriga minhas flores e canções todas as manhãs e que sempre está ali quando eu volto pra esse mundo de novo.
Hoje você me vê chorando.
Novamente e sempre por motivos que você não compreende.
Você só me olha, e me oferece a cidade laá fora pra distrair a minha dor.
E grita alto pra que o vento venha e seque essas lágrimas.
Hoje você convidou a chuva que cai fina agora e inunda as ruas dos pensamentos da minha alma.
Bom seria mesmo ser como as gotas de chuva,que caem do céu nessa noite que não se vÊ nada além dos farois baixos.
O céu se torna cada vez mais escuro, as vezes sendo revelado pelos raios que o cortam, insessantemente,lutando por um maior destaque.
E eu olho tudo isso daqui,sozinha.
Já chorei seis vezes e sabe quantas vou chorar mais até essa chuva passar.
Você já não pode fazer nada.
A culpa não é sua,janela.
Não é que eu esteja triste,só que hoje,resolvi chorar.